domingo, 18 de março de 2007

A Sétima Mal Amada

Mais mal amada não há se for pra falar de uma certa individua que se apaixonou por outro mal amado. Apaixonou não, apaixonar é um verbo que no fundo tem um significado pequeno e passageiro. Digamos... Ama, de verdade.
Ela faleceu, levaram metade dela, a mais preciosa, onde estava o amor, o calor e a alegria. A outra parte que ficou foi a que tinha medo de aviões de papel, e as flores tiradas do leito, já murchas, cheias de espinhos. Alguém já notou que mesmo quando a rosa enfeiurece os espinhos continuam intactos? Pois é.

Na metade furtada foi-se também desde a nomenclatura das músicas que ela julgava audível - sim, ela só julgava audível pois nada pra ela estava completamente bom, talvez seja por isso que ela foi ficar em uma situação tão mesquinha e vergonhosa de mal amada -até a fé naquele Deus! Sem falar que junto foi toda a “força” que ela tinha para exprimir as lágrimas.

Aqui, nesse instante, só resta um monte de cacos de vidro de um órgão que chamam de coração, e ele não é igual a estrelas do mar, que cresce denovo depois.

Jaz aqui, um corpo, uma alma, sem cor, seca e áspera... Somente pelo fato de ter-se deixado deliciar com um tal sentimento chamado amor. só porque deu o azar de deixar-se levar por uma serenata apaixonada,que nem era pra ela.

Jaz aqui, Eu.


Camille Amorim

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