domingo, 18 de março de 2007

O Sexto Mal Amado

É hilária a maneira de como se comporta um infeliz em relação ao almejo dilacerante por sua musa. Perde-se o nexo estético e sentimental que se vidram à apenas uma mulher. Cria estratégias, técnicas e planos para alcançar um coração que talvez nem tenha espaço. Vive em profundo declínio sombrio, reunindo a coragem dos grandes, para falar poucas coisas. Pouca coisa. “Eu te amo”.
Convenhamos à idéia de um plano perfeito e a diva agora em braços teus. Beija-te, abraça acaricia e quem sabe até satisfaz. E teu coração se enche, teus olhos e tuas palavras alteadas na praia aos ouvidos dela. Mas não te iluda. No mais tardar, ela há de escarrar na boca em que beija e esfolar de um sorriso sarcástico aquele mesmo coração que se encheu de uma suculenta carne podre.
Mas nem esse direito eu tenho, de tão invulgar que és, me deixa sem opções. Só cabe então a este inútil pranto transcrito, lançar ao nada, a hemorragia sentimental que jorra pelos meus olhos e secam no coração ou num ombro amigo alheio.
Esse coração não serve mais, dei-o de comer para abutres e agora hei de plantar um novo e com ele nascer uma cógnita musa. Musa celeste, de beleza radiante e perfeita. Torcida, aprimorada, alteada e limada. Uma jóia. Jóia que como ourives invejo e como transceptor venero, tal obra tão bem escrita e inspirada.
Em cada grito, cada choro, cada eco, cada pranto meu; Viva o intenso amor de um homem que te idolatra, adora e lamenta, a pequena distância de infinitos decimais que o separam da felicidade absoluta.

Luan Rodrigues

Nenhum comentário: