sábado, 3 de novembro de 2007

A última cena.

Ela olhou com um longo olhar de desprezo, daqueles que você só vê em megeras de novela e pensa: "porra, que olhar tosco! ninguém olha assim para alguém." e percebe o quão errado você estava e como a novela realmente imita a vida real em alguns casos. Ela olhou com um nojo que só se vê em pessoas ricas e frescas quando vêem um pobre homem vestindo seus trapos e pedindo dinheiro no sinal para comprar um pedaço de pão porque não come nada há dois dias. E ela me cuspiu aquelas palavras na face como quem realmente cospe, escarra (isso me lembra Augusto que já tinha me avisado que o beijo era a véspera do que estava por vir):
"Não somos namorados."
Bem, era uma constatação de fatos, mas ela um dia me quis, eu sei e eu queria tanto ela...mas ela não foi minha. E esse, talvez tenha sido o erro. Não tê-la feito minha. Mas ela me tinha por completo. Cada pedaço, cada molécula do meu ser era dela e somente dela. Mas, como numa cena de novela, ela me escarra na cara e me chuta na bunda.
E agora aqui estou, nesse beco às 5 da manhã falando com um desconhecido. Tentando afogar as mágoas nesse vale de álcool e lágrimas. Mas as malditas nadam mais que tubarão.

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